A cor dos Calções

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“As jogadoras pediram para jogar com calções de cor por não quererem arriscar usar branco na altura do mês em que ocorre a menstruação”

Quem nunca, não é?

Nós, mulheres fomos “abençoadas” com a operação especial vermelha, todos os meses. Eu acho que foi para nos lembrarmos de que somos mesmo especiais. Não vamos trazer para aqui a biologia, nem se a dita biologia poderia lidar com o assunto de forma diferente, vamos esquecer isso, certo?

A minha avó dizia que a boca do corpo, de nome técnico vagina, sabia coisas que era impossível entender, por isso a ideia era aceitar o presente e pronto!

Talvez por causa disso, ou não, nunca me revoltei contra a menstruação nem questionei a sua pertinência. Costumo dar importância a coisas mais importantes que as questões filosóficas que cercam “o Benfica joga em casa”.

Claro que tinha amigas que faziam um drama e alimentavam o tema durante dias a fio. Eram uma seca, mas lá as ouvia, a ferver por dentro, e a mudar de assunto tantas vezes quantas me permitiam as regras de boa educação.

Não ir à praia naqueles dias era obvio para elas e para mim algo impensável. Assim que descobri os benditos tampões tudo ficou resolvido. Se há invenções magnificas, os tampões foram uma delas. Tenho-os espalhados por todo o lado: em casa, no escritório, no tablier do carro, nas malas, nos bolsos e em sítios que me causam admiração quando os descubro. Às vezes até acho que estou a preparar uma caça ao tesouro.

E toda esta caça ao tesouro para quê, perguntas tu… pois, porque já me aconteceu uma cena bem desagradável. O período veio sem a mínima preparação, o que não acontece por norma. E devo dizer que isso foi fruto duma intensa negociação. Se me visita todos os meses, sem ser convidado, pelo menos que tenha a decência de anunciar a sua chegada. Pois, eu não sou daquelas que é certinha, certinha… sou mais ou menos. Mas dessa vez estava a dar formação numa empresa, da área cerâmica e, por ser verão, tinha umas lindíssimas calças brancas de corte apurado e tecido macio e delicado. Não me lembro das sandálias, mas acredito que fossem bonitas à época. Uma camisa levemente floral e óculos de sol na cabeça a conter a revolta dos cabelos. Mentira, eram escorridos e lisos que metia dó.

E o que aconteceu? Ora bem… na altura de me levantar dei-me com uma mancha vermelha impossível de contornar. Furiosa é uma palavra delicada para descrever o meu estado naquele momento. Senti-me traída pelo período, com quem tinha um trato, lembras-te? De se fazer anunciar… tudo certo!

Percebo tão bem as jogadoras inglesas… meus ricos calções brancos que passam a vermelhos num ápice.

A aventura que foi sair dali com dignidade! Sim, dignidade, porque, na verdade, é super normal fazer xixi e cocó, mas não se anda mijado na rua, certo? A não ser que aconteça um “acidente”.

Bom, casaco atado à cintura, computador à frente, a tapar o intapável, e lá fui eu para o carro. A cena mais louca foi entrar na mercearia mais próxima equipada com um computador na zona frontal, à altura do baixo ventre. De rir… claro que contei uma história patética, que não tinha nada a ver com coisa nenhuma, mas provocou o riso no pessoal e eu aproveitei para sair dali com ar de quem canta seus males espanta…

E a ti, o que aconteceu? E ainda hoje te ris da cena? Então deixa-nos rir também…comenta e partilha como se não houvesse amanhã

A BOLA – Seleção inglesa não quer jogar de calções brancos: a explicação (Futebol Feminino)

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